segunda-feira, 28 de setembro de 2009

De fora


Para fora de casa, frio, esperar, esperar.
Perigo em ficar comigo mesmo na situação em que me encontro. Por ironia a vizinha escuta Los Hermanos; melancolia, pensamentos, desejos, receios, confusão. O desgraçado barulho do secador de cabelo que não para, zunir, zune, zuna, zombe mesmo de minha situação. Vento frio me torne frio, incalculável.
Um felino cruza a calçada, quando penso em olhá-lo novamente, nada mais, correu? Escondeu-se? Caso quisesse ficar mais um pouco até gostaria de tal companhia, mas sumiu. Somem, despercebidos, sorrateiros, sem que entendamos, com um impacto se foi.
Não entendo muita coisa, uma delas é saber o que faz uma pessoa andar com tantas coisas dentro do bolso balançando e fazendo barulho despertando atenção dos outros por onde passa. Não entendo como as coisas andam como as coisas mudam como o mundo gira, não entendo e o pior é tentar se agarrar a uma hipótese que me favoreça, que nem pode ser a verdade mas sim é o que eu quero que aconteça.
Sete dias, uma semana, e nada e tudo. O celular que não vibra, não toca, não reage, assim como eu. Não vem. Impessoalidade, fraqueza. Tecla fria, máquina mortífera, é só o que tenho (ou o que não tenho?), o que faço? (ou o que não faço?). Um pouco de compreensão regada de atenção bastava.
Não entendo, e to achando que nunca escrevi algo tão dadaísta; reflexo da mente, reflexo do não entender (do querer entender). Aceitar, calar, consentir, engolir, absorver, conhecer.
Faça o que quiser, mas faça. Por não saber o que se passa, enlouqueço. Fale, não consinta, argumente. – Fala porra! A comodidade e a estagnes me cansam.
Rua gélida, ninguém, ninguém abre a porta, passam pessoas, o telefone não toca, rua boêmia, desgrenhada , noite fria, noite cálida. Sigo em frente à procura ou fico até não sei quando à espera?
– Maldita chave que não tenho!

W.M. Cooper

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